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Contos que Eu Conto: Feliz Surpresa

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Esse contos que eu conto, estava fora dos planos, mas nessa terça-feira, um amigo, completou aniversário, e lamento por ter sabido no dia... Bom, um feliz aniversário, e esse conto, foi um dos primeiros escritos por mim, em 2006. 

Não perca nesse domingo, o nosso último Contos Que Eu Conto.



Contos que Eu Conto: Feliz Surpresas

AutorAndré L.

Por André L.






 Temos um dia, apenas um dia no ano, especial a nós mesmos, comemoramos o dia em que se nasce, em anos diferentes, cada virada, uma nova vela, ontem foi 13, daqui a um ano 14, se acostumar? Quase ninguém liga na hora, mas sempre te lembram dizendo Ta ficando velho né! Os puxões de orelha, É sempre assim... Vai me dizer que no seu não é desta maneira?
 Passavam das sete da manhã, era hora de eu acordar, mas não era hora certa para a tamanha preguiça que rodeava  a vontade de ficar na cama era grande, que até parecia um grande sacrifício por um pé no chão. Virei um pouco a cabeça, e vi o calendário, logo deu vontade de ser levantar. Era o tão esperado dia, não era Natal, Pascoá, nem início de férias escolar. O quarto estava uma bagunça, até parecia que uma versão minuscula do Katrina tinha passado por ali.... Era bem provável que já era ninho de algum bicho, bom, pelo menos estava procriando ou ajudando. Bom, era meu aniversário, já até imaginava, que assim que eu chegaria a sala, um monte de gente, um bolo na mesa, várias garrafas Pets  que geralmente eram vazias, mas nesse dia estariam cheiona de refri, eu teria que assoprar quatorze velinha, só tínhamos velas, quando faltava luz, naquele dia, seria quatorze. Vai me dizer que você não fica feliz nesse dia?
 Emfim levantei-me e deixe o quarto, o corredor estava vazio, a ausência era a única presença, e o silêncio, o único som, aquilo foi profundo. Você tinha que ver, quase chorei quando na sala não tinha ninguém, não fiquei assim, tão triste, desde  a última vez que assisti Titanic.
 Eu andei por toda a casa, e a única coisa que vi, o que sempre tinha, mesa, fogão, quadro, televisão, eu, espelho, mas faltava algo além de um monte de caixa que estava em cima da estante, era minha mãe, meu pai, meus irmão... Com a mente que estava, passei a pensar que uma nava alienígena passou por ali e abduziu todos eles. Deve ter uma razão para não me levarem... Eu salvarei a humanidade.
 De tão triste que eu estava, eu sai, fui pra rua, tinha uma pequena quadra, no fim da rua, os moleque grandão não deixava eu jogar, mas eu me iludia assistindo aos jogos, pensando que algum dia serei como Ronaldo, ou serei grandão e eles, bem velhão. Mas ao chegar lá, nem os bebezinhos, nem os garotinhos, nem os jovenzinhos, nem os grandão, nem os velhões, só o Lucky. Lucky era especial, ele dormia comigo, tinha dias que passávamos o dia todo juntos, com ele, Lucky era um cão, que teria ganhado de meu avô. Com ele, eu fui na casa de parentes próximos, tias, tios, irmãos... Mas ninguém. 
 Eu voltei para casa, mas não entrei, estava tão chateado, que mal conseguiria ficar atento a alguma coisa que não seja pensar... Pensar... Chorar. Eu não entendo, era meu dia, meu pai devia estar ali, minha mãe devia estar ali, todos deviam estar ali, ás quatorze velas, e as garrafas Pets cheia. Mas só tinha uma, jogada na rua, e estava vazia.
 O sol era forte, e me torturava, bom, eu nem ligava, a tortura teria começado cedo, antes de bater o parabéns, que na real, nem teria. Queimava o chão e deixava o Lucky com língua pra fora. 
 Já era seis da noite, não acredito que todos tinha saído, ido a casa da vó Nice, e me deixado aqui, afinal, é meu dia. Estou igual Macaulay Culkin, Esqueceram de Mim, a minha sorte, é que não tinha nenhum bandido maluco querendo roubar minha casa, e meus pais não foram viajar. E eu queria estar em Nova York.
 Fazer o que? Está tarde, pelos pra mim, resolvi entrar. O escuro estava grande, teria esquecido de deixar uma luz acessa ou usar uma vela, afinal, não faria diferença. O silêncio continua encostado nas paredes, em cada canto da velha casa, Que chato. Eu precisaria da vela para ascender a luz. Vaguei pela longa escuridão, a imensidão de solidão. Bati em algo, parecia ser plástico cumprido e circunflexo, como um cego, fui arrastando a mão na parede, até ascender a luz. O flash da luz que bateu em meus olhos após sair da escuridão, quase me deixou sem visão, quando vi tal cena, achei que minha depressão era tão grande, que até sonhava, mas percebi que não era um sonho, quando ouvi....

Feliz Aniversário

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